
Entrei no quarto escocês, era então outro século. Curiosa a sensação em um lugar que guarda tanta lembrança que eu nunca vou saber qual é. A memória, assim viva nos tecidos e mobília, me dá uma sensação de infinito, de passear no contínuo fio do tempo. Tenho muito amor pelo meu tempo presente mas sempre vou flertar com o passado, viver um caso com essa fantasia gostosa sobre um tempo que não vivi. O charme da história que eu só posso deduzir – reparou a delicadeza inocente do papel de parede com tema de jardim? Realmente amo dormir em lugares que fazem com que eu visite outro século, perambulando no tempo-mistério, desde sempre. Nunca vou esquecer do que imaginei (acabei vivendo?) no quarto escocês que entrou em mim.



