Helsinque, gentilezas.

Foi domingo, então no caminho até a catedral encontrei várias pessoas passeando com seus cachorros. Eu não contenho um sorriso quando vejo um cachorrinho feliz caminhando. Os donos dos cachorrinhos desse domingo sorriram todos de volta pra mim – o que não é muito comum nas cidades que conheci na Europa (gosto realmente de observar pessoas andando com seus cachorros). Essa comunicação gentil com sorrisos adoçou minha tarde. Na praça da catedral tinha muitos pássaros, pessoas, espaço e essa sensação que toda praça histórica monumental guarda: muito houve aqui, e agora eu caminho aqui pra sentir alguma coisa, observar, guardar o que eu puder dentro. Também havia um bonde antigo que nunca deixou de passar. Tinha um protesto, mas nele eu não prestei muita atenção. A catedral é grande e linda, mas eu olhei mais para os pássaros, para a escada e para as pessoas, eu acho. Subi a escada, sentei na escada. Eu suspeito que a luz desse dia é mais linda do que qualquer foto pode contar. Fiquei ali pensando nas pessoas gentis donas dos cachorrinhos, e também na moça da barraca onde comi um peixe, ela foi tão cordial – e nem tinha um cachorro lá. No dia seguinte agradeci um artista de rua pela música dele (eu queria muito agradecer) e ele me agradeceu por ouvir, sorrimos um para o outro. No fundo a energia gentil de um gesto fica mais que tudo na gente. Na real eu acho que gentileza é realmente uma das forças mais importantes pra dissolver todas as brutalidades – talvez por isso fico assim, meio tocado com as gentilezas que me rodeiam, querendo sempre agradecer por elas. Eu lembro de Helsinque como um lugar de gentilezas e sorrisos, pra você ver.

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