A viagem para a Suécia em 2024 – A gente nunca vai num lugar por motivo nenhum.

Gamla Stan – centro histórico de Estocolmo.

Às vezes, quando viajo, me pego absorvendo ali na hora alguma cena e tento pensar em um caminho de volta que responda: como eu vim parar aqui? Nem sempre dá pra rastrear mas eu sei que sempre tem um porque. A gente nunca vai num lugar por motivo nenhum.

No museu do ABBA.

Será que se eu não tivesse escutado ABBA em alguma rádio da minha infância e me fixado na melodia de Dancing Queen e feito dela a minha música da liberdade eu acabaria, em 01 de maio de 2024 indo até Estocolmo? E se eu não tivesse tido aquela fantasia infantil de ganhar o prêmio Nobel da paz, eu saberia quando que a Suécia existe? E se a rainha Silvia não fosse meio brasileira pra me chamar atenção? E se eu tivesse sido mais extrovertido e tivesse tido menos tempo de imaginar viagens pra descobrir cantos remotos do mundo? E se eu não tivesse ficado curioso por sociedades menos religiosas e mais pacificas? Se eu não amasse rolinhos de canela o desejo de ir lá teria a mesma força?

Eu fico encantado em pensar nas camadas de coisas que somos e que constroem nossa sequência de atos nessa vida. Uma coisa após a outra nos levando até a próxima coisa. Tudo que foi criou, peça por peça, o sentido do que hoje encanta a gente. Tudo está contido em tudo.  Aquele dia em que eu tinha, sei lá, 11 anos, e ouvi ABBA na rádio está em uma linha da minha vida que chega até aqui, no gosto que eu senti comendo a melhor sopa de peixe da minha vida (primeira foto abaixo) no vento batendo no meu rosto (o que sempre faz eu me sentir tão vivo) enquanto olho Gamla Stan da praça em frente ao salão de entrega do Nobel (segunda foto abaixo) ou na minha emoção cantando ABBA no museu do ABBA (terceira foto abaixo).

A famosa sopa de peixe do Kajsas Fisk. A melhor da minha vida.
Na praça em frente ao salão oficial da cerimônia de entrega do prêmio Nobel, que tem uma vista linda para o centro histórico de Estocolmo.
No museu do ABBA em Estocolmo, no palco, cantando e dançando com eles kkk amei tanto.

Tô aqui, no sofá, feliz revendo essa memória. Adoro rever fotos e videos das minhas viagens, é um jeito de olhar pras marcas que crio com meu tempo – acho que isso me faz gostar até mais de mim. Provavelmente isso que tô fazendo agora, aqui no sofá, também é uma peça que, junto com outras, vai construir/potencializar algum próximo movimento. Nossa, tem dia que eu tô cansado, mas tem dia que fica muito claro: viver é animal!

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