
Para ajudar um paciente a chegar em um lugar dentro dele, eu preciso estar disposto a também chegar nesse lugar dentro de mim. Assim como levamos uma chance de reflexão para eles, eles trazem essa mesma chance pra gente.
No trabalho de escutar, pode parecer um peso ter que ser atravessado pela dor do outro tantas vezes. E às vezes é complexo mesmo – mas, pra mim, acima de tudo, é uma oportunidade extraordinária de me ver melhor ao mesmo tempo que contribuo de alguma forma para o outro ver melhor a si mesmo. No final, estamos ali juntos nesse encontro, cada um fazendo os curativos necessários em si próprio, para seguirmos em frente mais conscientes, criativos e livres.
Escutar é o maior privilégio da minha vida. Uma honra. Meu lugar aqui. Hoje é um bom dia para agradecer – por cada história, afeto e marca.
“Um terapeuta erguerá um espelho para os pacientes, mas os pacientes também erguerão um espelho para seus terapeutas. A terapia está longe de ser unilateral; ocorre em um processo paralelo. Diariamente, nossos pacientes expõem questões que precisamos refletir para nós mesmos. Se eles podem se ver com mais clareza através das nossas reflexões, podemos nos ver com mais clareza através das reflexões deles. Isso acontece com os terapeutas quando estamos atendendo, e também acontece com nossos próprios terapeutas. Somos espelhos refletindo espelhos refletindo espelhos, mostrando uns aos outros o que ainda não conseguimos ver.” (Gottlieb, L.)



