Aniversário de 33 anos.

33 anos. Chronos, camadas, tempo. E o tempo que leva para aprendermos a gostar do que a gente consegue ser? Não gosto de mim todos os dias – e loucura era achar que dava pra gostar. Mas acho que juntei uma quantidade boa de peças que perdi no caminho para conseguir gostar o suficiente, e tá ótimo. Umas peças faltam pra sempre. Hoje até gosto de algumas das minhas rachaduras – o movimento às vezes racha, mas toda beleza está depois do movimento. Melhor ir. Diminuiu o medo de ficar sozinho, espaço é bonito demais pra dançar consigo mesmo a sua música de vez em quando. Ainda tenho medo de mariposas. Perder o juízo no carnaval continua sendo muito importante. Não gosto mais de Negroni (eu já te amei tanto). Acredito que pra sempre vou gostar de escutar pessoas. Vários pedaços de mim são as palavras das pessoas que escutei. Vários pedaços são as palavras que eu mesmo pari para me ver nascer. Fico criando alguma coisa todos os dias porque um pouco de mim é medo de morrer vazio. Um pouco de mim é aquela tarde de 1999 brincando na cozinha fingindo estar em Paris, e um pouco do meu nome é Gal. Eu ainda acredito que “sou feito da mesma matéria que compõe meus sonhos”. Eu gosto de estar aqui. Também gosto muito de ser brasileiro. Envelhecer é um privilégio. Hoje eu só queria agradecer.

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