Agradecer a si.

Em um tempo que não é mais o de hoje, eu estava ajeitando uma mesa para um jantar e me peguei olhando ela quase pronta, estava faltando algo que eu não sabia bem o que, aí lembrei: faltava um lugar ser posto, o meu. Leva um tempo para entendermos a importância daquilo que oferecemos, amorosamente, à nós mesmos. Já nos dias de hoje, lembro mais de colocar meu lugar na mesa, porque aprendi que é perigoso esquecer. Na sexta que passou, fiz meu pequeno ritual de agradecimento a mim mesmo pelo tanto que me esforcei nessa semana complexa, entregando minha energia e tempo de forma inteira para fazer o melhor possível por tudo aquilo que conta comigo para acontecer. Admirar e agradecer um pouco a si mesmo não é um narcicismo vazio, muitas vezes é valioso e fundamental. Na sexta cortei os queijos que me emocionam, tostei o brioche macio enquanto estava tocando Elvis nas luzes baixas gentis. E de tempo em tempo, um gole no drink que eu tenho carinho – os detalhes que eu gosto tanto sendo um lembrete amoroso que eu enviei para mim mesmo, e sem culpa.

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