Renascimento. Ciclos. Páscoa.

Tempo de morrer, tempo de nascer de novo. O simbolismo dessa época é tão antigo e está em tantas coisas – no cristianismo, mas também em outras formas de viver o sagrado. Os ciclos da natureza se movimentam nessa época do ano, mudança de estação. Tudo no mundo precisa de intervalos, recolhimentos, “mortes”. Ciclos. Nada que é de verdade no mundo brota e rende o ano inteiro – inclusive você. Como estão seus rituais de recolhimento e reparação? Poder descansar, acolher seus tempos de pausa, seus silêncios. Virginia Woolf diz algo que já ecoou muito no meu caminho: quantas festas damos para esconder nosso silêncio? Porque tanto medo de parar um pouco de produzir e sentir com respeito os vazios e pausas de alguns instantes? Depois renascer.

Toda Páscoa, no café da manhã, gosto de cozinhar ovos e pensar nesse antigo simbolismo: O ovo é simbólico. Páscoa, Easter, Ostara – deusa escandinava da primavera – estação do ano que no hemisfério norte se inicia próxima à celebração da páscoa. Na antiguidade, o dia de Ostara era a celebração do primeiro dia de primavera, do fim do inverno e retorno do sol, do florescimento e renascimento da natureza. Com o cristianismo, se uniu essa simbologia de “renascimento da natureza” a ressurreição de Jesus. Nas festas para Ostara, o povo anglo-saxão pintava ovos e os oferecia a ela, sendo que o ovo sempre simbolizou vida e nascimento, assim como o coelho também era relacionado a Ostara, simbolizando fertilidade e fecundidade na natureza. Daí temos os ovos e coelhos de páscoa, os “ovos e coelhos de Ostara”.

Na via que te faz sentido, abra seus possíveis ovos e vá no seu caminho tentando compreender seus ciclos de “morte”, recolhimento, e depois renascimento.

Feliz Páscoa.

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