
São Paulo, das suas ruas e da minha janela todo dia respiro suas contradições. Sua liberdade me deu muitas chances de experimentar o bonito da vida com dignididade. Aqui tem espaço pra todo tipo de gente “ser e estar”. Mas toda liberdade tem seu preço, e São Paulo cobra o seu. Sua velocidade pulsa vida, criatividade, nos eleva – mas também agride (uns brilham, mas outros ainda morrem de muitos tipos de fome). Amo nossa “arte do encontro” – porque apesar da nossa individualidade e distância na casca, o que a gente busca mesmo, desesperadamente todos os dias, é nos conectar de algum jeito – desde os bares que nunca fecham até nossas ruas que nunca se esvaziam. Que nem Clarice, São Paulo tem várias caras – Uma é quase bonita, outra é quase feia. Ela é o que? Um quase tudo – e é por isso que você é inteira, você é como todos nós somos se encaramos todas as nossas faces, as feias e as belas, fazendo o melhor que podemos considerando essa coisa toda que, inevitavelmente, se é. Sou como o lugar de onde eu vim. Te amo, sp, em sua complexidade que às vezes exige demais da gente, mas te amo. Feliz aniversário. Obrigado pelas pessoas, pela arte do encontro que alimenta minha vida desde sempre, aqui.



